22 janeiro, 2007

Entrando na ilha de Fidel

Quando cheguei no Panamá encontrei Tiago que também ia fazer o taller de Construção Dramática na EICTV. Nos conheciamos só pela internet, mas graças ao orkut nos reconhecemos.

Estava com o sono muito atrasado e com uma leve ressaca da bebedera em Lima. Dormi de novo no trajeto Panamá - Havana.

Quando pousamos em terras cubanas, descemos do avião e fomos levados para um salão enorme onde, nos fundos, haviam várias portinhas e uma fila enorme para cada uma. Depois de muito tempo na fila cheguei até a tal da portinha onde tinha um homem devidamente fardado que me perguntou "Hablas espanol?" Sí, respondi. Me pediu visto e passaporte. Só para esclarecer, o visto para Cuba não passa de um papel que você pode comprar na companhia aérea quando for embarcar. Sem problemas. Basta apenas pagar uma quantia de US 25 e pronto! Já tem a devida permissão para entrar no país. Eu comprei o meu visto em Lima mesmo.

Depois de pedir meus documentos recebi uma enxurrada de perguntas: "Por que veio?" "Onde vai ficar?" "Quando vai embora?". Comecei a ficar um pouco nervosa com tantas perguntas até que ele me deixou passar por aquela portinha estranha. Como se fosse um portal para Cuba de verdade.

Eu e Tiago pegamos nossa bagagem e fomos trocar dinheiro. Que pena! Cada vez que ia subindo mais pela América meu dinheiro ia perdendo valor. Bons tempos que passei na Bolivia onde tudo era muito barato.

Em Cuba existem 2 moedas. Uma para os turistas, os chamados CUCs e outra para os cubanos, os pesos cubanos. 1 Euro = 1 CUC mais ou menos. Trocamos e fomos para a porta do aeroporto pegar um taxi para San Antonio de Los Banos, uma cidadezinha no destrito de Havana e local da escola.

Já esperávamos encontrar aqueles carros antigos, mas para nossa decepção nosso taxi era um Peugeot super moderno.

Chegamos na EICTV, um dos meus objetivos nos últimos 2 anos, enfim concretizado. A escola é rodeada de plantações e algumas vacas magras. Naquele domingo, não tinha ninguem, todos tinham ido para Havana e o onibus (em Cuba eles chamam de guagua) voltava só as 10 da noite.

Nos instalamos em nossos apartamentos que eu adorei. Uma graça, com uma tv bem antiga e duas cadeiras de balanço voltadas para uma grande janela de frente para um coqueiro.

Minhas companheiras de quarto não tinham chegado. Para mim, a escola estava com uma atmosfera melancolica naquele domingo. Jantei aquela comida que pensei que fosse bem pior pelos comentarios. Até que não era tão ruim.

Tomei um banho e fui domir. No meio da noite fui acordada por Rosa, uma espanhola que ia dividir o quarto comigo. Comprimentei-a e voltei a domir. No dia seguinte minhas aulas começariam as 9 da manha.





Os apartamentos dos talleristas naquele domingo vazio.

20 janeiro, 2007

Lima

Pra quem vai de Pisco para Lima um conselho: sente do lado esquerdo do onibus e o contrario para o caminho inverso. O onibus vai beirando o mar e por sorte eu fiz o trajeto bem no momento do por do sol. Me disseram que o sol nasce no Atlantico e se põe no Pacifico. E realmente, depois de uma cochilada no onibus eu acordei e vi uma paisagem linda do sol sumindo no mar. Valeu a viagem, assim como várias outras coisas.

Depois de 2 filmes hollywoodianos no onibus, chegamos em Lima já de noite. Fomos para um hostal em Miraflores que o taxista indicou. Descobri que Lima era a cidade mais cara que já tinha passado até o momento. O hostal cobrava 8 dolares (depois de chorar muito pq na verdade era 10) pela cama! Isso mesmo, banheiro e quarto compartidos. Ficamos sabendo que aquele era o preço médio dos hostals e resolvemos ficar naquele mesmo.
Apesar do preço, aquele foi o hostal mais bonitinho que fiquei. Tinha cozinha com vários utensilios e uma sala com tv a cabo. Acho que deveria ter ficado em quartos compartidos em todas as cidades porque conheci muita gente assim. Pra quem vai passar por Lima o hostal é Lions Backpackers

No dia seguinte eu e Josef estavamos loucas par ir pra praia. Saimos do hostal com nossos biquinis perguntando para as pessoas na rua o caminho para a praia. Depois de uma caminhadinha, chegamos. A praia tem pouca areia e muita pedra. Eu gostei. Água bem fria, mas ótima para o calor excessivo. Tomamos sol até derretermos e resolvemos ir embora.
Andamos um pouco e nos deparamos com um pequeno problema. Onde era o hostal? Qual o nome da rua que estavamos? Pois é, estavamos perdidas. Eu sei que a estupidez foi bem grande de sair de um lugar sem ao menos pegar o nome da rua. Mas as vezes todos temos alguns momentos de burrice, não é mesmo?
Ficamos andando por toda Miraflores e sem querer encontramos um MCDONALDS!!! Entramos na mesma hora para comer. Pode parecer estranho, mas nunca fiquei tão feliz em encontrar um mc. Em toda viagem eu não tinha visto nenhum e comer aquele big mac foi algo como lembrar da comida do Brasil. Saimos satisfeitas mas ainda estavamos perdidas. Foi bem engraçado. Conhecemos Miraflores inteira. No fim, um policial nos ajudou a encontrar. Chegamos no hostal já era noite.


No dia seguinte, conhecemos Maxi um argentino que nos levou para um mercado perto do centro. Um mercado que vendia de tudo. Comprei um dvd do Chaves e muitos presentes pra familia, já que aquela era a última cidade do Perú. De noite, Arthuro, o dono do hostal nos levou em alguns bares do bairro Barranco. Mas como era terça, não tinha ninguem por lá. Também sai numa sexta. Fui na Rua das Pizzas, onde tinha um bar brasileiro. Ficamos um tempo neste bar assistindo peruanos dançando axé. Engraçado, mas me envergonhei um pouco da dança do meu país. Os peruanos não paravam de mexer a bunda e até que mexiam bem. Mas sinceramente não gosto dessa imagem que as pessoas têm do Brasil.



No hostal que fiquei conheci um casal de suiços. Gostei muito da historia deles. Eles já estavam viajando a 1 ano pela America Latina. Depois de 2 meses de viajem, quando eles passaram por La Paz, conheceram uma cachorrinha e resolveram comprar. No fim, a cachorra já estava a 8 meses fazendo um mochilão com os donos. Que pena que não tirei uma foto com eles.



Lima foi a cidade que mais fiquei. Tinha que resolver várias coisas pra ir pra Cuba. Entre elas dar um jeito num casaco enorme e um pijama de frio. Em Cuba não ia precisar deles e estavam ocupando grande parte da minha mochila. Fui nos correios e gastei uma grana pra enviá-los para o Brasil. Mas foi uma coisa necessária, minha mochila já estava a ponto de explodir.
Também tinha que trocar meus travellers. Em Cuba não é bom levar dólares. Eles cobram uma taxa extra na hora do cambio. O ideal é levar euros. Como na Bolivia e Peru eu levei dólares, comprei uns travellers de euros para trocar em Lima.

No último dia de Lima, já estava sozinha de novo. Josef e Maxi já tinham voltado pra Argentina. Resolvi tirar o dia para ir até a Plaza de Armas, pois ainda não conhecia. No caminho fui atraida por um som de berimbau. Fui seguindo o som e cheguei no museo de arte de Lima. Lá estavam fazendo uma roda de capoeira. Que feliz que eu fiquei!! Fiz capoeira durante um tempo e adoro. Cheguei onde eles estavam e entrei na roda. Claro que todos ficaram olhando pra mim com uma cara de "quem é essa menina?" Quando me apresentei e falei que era brasileira todos adoraram e me convidaram pra jogar também. Passei por um pouco de vergonha, afinal, fazia muito tempo que não jogava. Mas foi muito bom.
Já que estava no pátio do Museo de Arte, resolvi entrar e conhecer. Passei rapido pela parte de historia e fui direto na sala de arte contemporânea. Vi obras bem legais. Mas não podia tirar fotos. Almocei por lá e segui para o meu objetivo: A Plaza de Armas. Andei e cheguei em uma outra praça que acho que não era a que eu estava procurando. Mas era muito bonita. Fiquei um tempo por lá e voltei para o hostal. Tinha muita coisa pra resolver. Comprar umas coisas no supermercado, trocar meus travellers, mandar uns e-mails, baixar todas as fotos, arrumar a mochila...
Meu voo era as 6 da manha. Marquei com o taxi as 3:30 no hostal. E quem disse que eu fui dormir. Fiquei degustando cervejas até o taxista chegar. Capotei no taxi e fui acordada já no aeroporto.
Fico triste em deixar um país. Sempre tenho a impressão de que poderia ter conhecido mais. Assim como a Bolivia, também quero voltar para o Perú e conhecer o norte do país.
Agora ia para a ilha de Fidel estudar dramaturgia. Já disse que odeio avião, mas o efeito do alcool me fez dormir até o Panamá, onde fiz escala.




Indo para Lima na estrada Panamericana. Não consigo explicar, mas eu nunca vi o sol assim nessa posição com o mar.

Miraflores. Pra chegar na praia tem que descer, descer e descer....

Centro de Lima


A Praça que encontrei quando estava tentando ir para a Plaza de Armas e fui seduzida pelo som do berimbau....


Homenagem aos apaixonados


Josef, Eu, Maxi e Arthuro na Praia do Silencio. Fica a uns 40 min de Lima.



Me despeço do Perú com uma tristezinha no coração. Mas feliz e ansiosa para conhecer o próximo país. Cubaa, me aguardeee!!!!!!!!!!

Islas Ballestas y Reserva de Paracas

Acordei as 5 da manhã para arrumar minha mala no escuro mesmo para não acordar minha companheira de quarto. Sai umas 5:30 para o passei em Pisco, cidade da bebida típica peruana e da reserva de Paracas.
Combinei com o cara da agência de turismo do hostal de me levar as 5:30 para a rodoviária . Estava pronta e nada do cara aparecer. Depois de meia hora um outro funcionário do hostal me explicou o motivo do atraso. O cara que ia me levar teve uma noite de bebedeira e ainda estava dormindo. Tive que ir até seu quarto para acordá-lo. Bati várias vezes na porta até ele sair como se nada tivesse acontecido. Sorte que ainda dava tempo de chegar em Pisco para pegar o barco das 8.
Cheguei em Pisco e um guia já estava na rodoviária me esperando. Pegamos um taxi e finalmente vi o Pacífico! Coloquei o colete salva vidas e fomos rumo as islas Ballestas.
Desta vez não tinha nenhum brasileiro na excursão. O guia me perguntou se eu preferia ouvir ele em inglês ou espanhol. Escolhi espanhol. Tinha que me acostumar com essa lingua tão semelhante mas ao mesmo tempo tão diferente do português.
Saimos navegando e primeiro chegamos ao famoso Candelabro. Paramos para tirar fotos. Aconselho a quem for para este passeio sentar do lado esquerdo da lancha. Como estava do lado direito, em várias fotos que tirei tive que aceitar a cabeça de alguém indesejável.
Logo depois já podiamos ver a ilha e mais uma infinidade de pássaros. Esta região do Perú é muito procurada por diferentes pássaros devido à grande concentração de alimento no mar. O Perú só perde para a Colombia que tem o mair número de pássaros da América do Sul.
Demos algumas voltas na ilha. Pude ver pinguins, pelicanos e mais muitos leões marinhos. Assim como Machu Pichu, realmente as ilhas Ballestas são imperdíveis para quem vai para o Perú.
Logo que voltamos para terra, pegamos uma van para a reserva de Paracas.




Este é o Candelabro. Assim como as linhas de Nazca, ninguém sabe ao certo como foi parar ai. Algumas pessoas acreditam que serve para guiar o pouso de extraterrestres para as linhas de Nazca, já que o candelabro esta apontando para elas. Este desenho não se apaga porque ele foi feito na rocha que esta debaixo da areia.


Muitos pinguins





Para quem chega, Paracas é um enorme deserto com o mar ao lado. É uma coisa linda e muito exótica para nós brasileiros.
Primeiro fomos para um museu conhecer mais sobre as espécies que habitam a reserva.

E aqui esta a barriga da espécie mais perigosa para os animais habitantes de Paracas


Praia vermelha.

E no fim do passeio fomos para uma praia. Infelizmente estava sem biquini, mas molhei meu pé no Pacifico. Também fiz algumas amiguinhas.


E para fechar com chave de ouro, Ceviche! Um prato típico peruano feito com frutos do mar crus com um molho de limão e muita muita pimenta. Não consegui comer todo esse prato porque estava muito picante para mim. Reparem no tamanho dos grãos do milho.

Na volta, a van me deixou na rodoviária onde encontrei com a argentina para irmos para Lima.

Ica - Oasis Huacachina

Depois do aviãozinho pegamos outro onibus para Ica. No caminho, paisagem só de areia, e depois de umas 2 horas chegamos em Ica. Pegamos um taxi e finalmente estavamos em Huacachina. O oasis parece de mentira, como uma miragem daqueles filmes de desertos.
Ao redor do lago tem alguns poucos restaurantes e hoteis. Encontramos um hostel com piscina por um preço razoavel. Reparei que no banheiro de nosso quarto nao tinha teto e logo descobri porque. Lá é muito dificil chover, o máximo que acontece é alguma garoa de vez em quando.

O dia que chegamos foi um pouco inutil porque estavamos cansadas e um pouco enjoadas de tanto ônibus e do avião. Comemos alguma coisa e fomos dormir.

No dia seguinte tivemos que ir até Ica comprar comida para fazer no hostal pois no oasis nao havia nenhum mercado. Compramos pão, queijo e presunto. Voltamos e fizemos um sanduiche. Foi ai que percebi a falta que estava sentindo da comida de casa. Comi aquele simples misto como se fosse o melhor sanduiche do mundo.
Depois ficamos um bom tempo na piscina. O oasis é um lugar bem tranquilo, nao tem muito o que fazer. Mas a atração são os passeios de bugs e sand board. Não queria gastar dinheiro com o passeio de bug então fui tentar ficar em cima da prancha de sandboard.
Com 5 soles se aluga uma prancha com um instrutor que pode ser dispensado já que é só ficar de pé na prancha e descer a duna. Mas realmente não tenho muito talento para o esporte.

Ficamos um pouco entediadas com a pacata Huacachina e resolvemos partir no dia seguinte. Do hostal mesmo contratei um passeio para as Islas Ballestas e Reserva de Paracas em Pisco.



O oasis é lindo, mas infelizmente ele fede um pouco. Não tive coragem de entrar na água como eles ai na foto.

Vi muitas crianças praticando sandboard. Esses três irmãos tentaram me ensinar mas não deu muito certo. Será que um deles será algum campeão de sandboard no futuro?

Um dos poucos momentos que consegui ficar de pé. Depois resolvi descer sentada na prancha, mais fácil.


Com a companheira argentina, Josefina

19 janeiro, 2007

Nazca

O meu roteiro original incluia Arequipa. Resolvi pular com medo de nao dar tempo. Fiquei triste, mas imprevistos acontecem.
Conheci Josefina, uma argentina que estava no hostal em Cusco e tambem ia para Nazca. Seguimos viagem juntas. Mais uma vez nao estava sola.

Pegamos um onibus rumo a Nazca. Foram 17 horas de estrada cheia de curvas. Todos no onibus estavam se sentindo mal. Eu tambem. Foi a pior viagem de onibus. Mas depois tomei um dramim, dormi e fiquei bem.
Chegamos em Nazca umas 8 da manha só para ver as famosas linhas. Logo que saimos da rodoviária já haviam vários urubus nos oferecendo passeios para ver as linhas. Escolhemos um que nos levou para o aeroporto Aeroparacas. Pagamos 50 dolares por meia hora de voo.
Infelizmente estava nublado e tivemos que esperar para poder voar. Me encostei num sofa e dormi profundamente. Depois de umas 2 horas nos chamaram. Nao tinha me dado conta que iria subir num aviaozinho e que morro de medo de voar. Mas na hora estava mais ansiosa do que com medo. Até insisti para ir como co pilota. Afinal, tinha que aproveiar ao maximo os 50 dolares que paguei.

Maravilhoso voo!!!! Foi incrivel ver todas aquelas formas de cima. Até agora as linhas de Nazca foi uma das coisas que mais gostei da viagem.


Esse era o trajeto


E eu como co pilota

É um poco dificil tirar fotos de cima. Tem que ver as linhas, pegar a camera, enquadrar e ai já era. Por isso as fotos nao ficaram tao boas, mas colocarei as melhores.


O astronauta


O beija flor


E a vista geral de Nazca


Eu e meu companheiro de voo

Depois de ver as linhas voltei para um onibus rumo a Ica.

Machu Pichu

Acordei as 5 da manha e pra variar me atrasei. Engoli meu cafe da manha e fui correndo para a praca central onde meu guia me esperava no onibus. Quando ia subir no onibus me pediram o boleto. Que boleto?? Nao tinha. A agencia pilantra que contratei nao me deu. Entao tive que pagar 6 dolares pelo trajeto. Resolvi nao pensar muito nisso pra nao estragar meu passeio.

Chegamos em Machu Pichu com tudo nublado. Muita chuva!! Estava tudo branco e nao dava pra ver nada. Mais uma vez a capa de chuva me salvou.
A guia do meu grupo era ótima. Uma perfeita inca!!! Sabia de tudo e nos explicava com maior entusiasmo. De tempo em tempo ela fazia alguma pergunta para alguem pra ver se estavamos prestando atencao.
O que mais me atraiu em Machu Pichu nao foi a paisagem, mas sim a historia dos incas.
Machu Pichu só nao foi soterrada por igrejas espanholas porque os incas, ao saberem da invasao dos espanhois, destruiram o caminho que levava a esta cidade. Alem disso, eles tambem abandonaram Machu Pichu e foram morar em outro lugar. Tudo para proteger o refugio sagrado deles. Eu achei incrivel a historia!!



O amanhecer em Machu Pichu. Tudo nublado!!


E eu com esta capa linda!!


Foto clássica.

Pra quem vai em dezembro ou janeiro. Nao se preocupem. Depois de muita chuva, abre um solzinho para tirar fotos. A montanha mais alta da foto de chama Huayna Pichu. Significa Montanha Jovem. É possivel subir nela. E foi o que eu fiz.


Aqui é Machu Pichu vista de Huayna Pichu. Admito que quase morri pra subir nesta montanha.

As llamas eram consideradas sagradas para os incas. Principalmente as negras.

Terminei de ver tudo eram umas 2 da tarde. Estava exausta!! E com muita fome. Sai de Machu Pichu e tive que ir até Aguas Calientes caminhando pois nao ia pagar mais 6 dolares. No meio do caminho comeca a cair um temporal. Andei mais ou menos 1 hora de baixo de muita agua. Cheguei na cidade, tomei um banho e fui num restaurante. Engoli um hamburguer de tanta fome. Fui me deitar as 6 da tarde. Dormi até o dia seguinte!!

18 janeiro, 2007

Valle Sagrado

Acordei bem cedo em Cusco e fui rumo ao Valle Sagrado.
Primeiro fomos em uma feira de artezanato em Pisac. Coisas pra gringo ver. E nessas horas que meu lado consumista se aflora. Acabei comprando um presente para minha mae, mesmo sem poder gastar muito. Foi nessa hora que a chuva apertou. Ainda bem que meus amigos mineiros me cederam uma capa e foi o que me salvou.
Depois fomos para as ruinas de Pisac. Muita aula de historia e depois almoco.
Em seguida fomos para uma cidadezinha chamada Ollaytantambo e visitar mais ruinas.
Visita monitorada é muito bom, mas tive um tempo para ir onde queria enquanto esperava meu trem para Aguas Calientes. Foi um momento muito bom. Pude explorar sozinha mais o espaco. Subir naquelas ruinas e ficar pensando na vida foi uma coisa unica.
Depois de pensar bastante em tudo, me esqueci da hora. Quando me dei conta, tive que correr para a estacao para nao perder o trem. Fui uma das ultimas pessoas a embarcar.

Aqui sao umas menininhas a caminho de Pisac. Claro que tive que pagar por esta foto.


Plantacoes em Pisac, depois de gastar um pouco na feira.


Mais de Pisac


Templo da água em Ollaytantambo


Esta é a cidadezinha de Ollaytantambo que fica do lado das ruinas. Deve ser legal passar uns dias nela.


Me distrai com os detalhes das ruinas que quase perdi meu trem para Aguas Calientes. Mas valeu a pena.

Cheguei em Aguas Calientes umas 10 da noite. Achei a cidade uma graca. Fui dormir para ir para Machu Pichu no dia seguinte cedo.

13 janeiro, 2007

Cusco

Depois de passar pela fronteira Bolivia-Peru, um grande choque !! No Peru meus dólares nao sao tao valiosos como na Bolivia. Antes, 100 dolares me rendiam muitos e muitos bolivianos. Depois da fronteira, a mesma nota de 100 vale apenas 3 notas de soles e mais algumas moedas. Isso foi a maior diferenca que senti entre os dois paises. Parece que agora terei que economizar mais.

Depois de umas 10 horas no onibus cheguei em Cusco de noite.
A cidade de noite é super charmosa. Toda iluminada com muitas igrejas. Imaginava que fosse uma cidade menor.
Cusco era uma cidade inca, como Machu Pichu. Quando os espanhóis chegaram, destruiram tudo e construiram várias igrejas no lugar. Por isso a praca central é super europeia.

Para todos os turistas que chegam em Cusco, é necessário comprar um ingresso de turista que dá direito a visitar vários museus da cidade e ao Vale Sagrado.

Me hospedei naquela rede de Hostels HI. Bom, simples e, principalmente, barato. Umas cinco quadras da praca de armas, onde se encontra tudo.

Me falaram muito pra tomar cuidado em Cusco, pois alem de assaltos, sempre tem alguem querendo enganar os turistas. E foi assim que me enganaram.
Fui numa recomendada agencia de turismos para comprar meu passeio para Machu Pichu. Depois de muito negociar, chegamos num preco ótimo para mim. Quando disse que ia pagar com cartao de credito, disseram que só poderiam aceitar se fosse para daqui 4 dias. Como tinha que economizar meu dinheiro, disse que pagava mais para eles aceitarem meu cartao. Entao, claro, aceitaram na hora. Até aí tudo bem. Mas no minuto depois que eu paguei, o cara disse que nao sabia se tinha lugar no trem pro dia que estava querendo e que eu tinha que ir com ele até a estacao para comprar a passagem. Fiquei brava, mas fui com ele. Na estacao, depois de muito esperar, realmente nao tinha passagem. Disse que queria meu dinheiro de volta. Depois de discutirmos muito, o cara disse que devolveria meu dinheiro só depois de 4 dias. Nao queria estar em Cusco depois de 4 dias, tinha que seguir meu caminho.
Foi entao que resolvi aceitar ir para Machu Pichu só depois de 2 dias, quando tinha passagem disponivel.
Alem disso, o cara disse que o preco incluia onibus de Aguas Calientes para Machu Pichu, ida e volta. Para minha surpresa, nao estava incluido e tive que desenbolsar 6 dolares para um trajeto de 15 minutos só de ida. Claro que voltei a pé, debaixo de muita chuva. Mas isso eu conto depois.

Nome da agencia: Puma´s Treck. Claro que nao recomendo.

Nesses dias que fiquei em Cusco esperando ir para Machu Pichu conheci um Museo de arte popular. Muito interessante. Com várias esculturas de natal e de folclores cusquenhos.
Tambem fui num centro de artezanias. Encontrei coisas mais baratas que em muitos outros lugares na Bolivia.
Nao quis fazer o city tour. Preferi ficar andando de bobeira pela cidade.

A noite de Cusco merece um comentario a parte. Muito bom!! Para comecar, nao cobram para entrar e cada balada fica do lado da outra. Numa noite, acho que fui nuns 4 lugares diferentes. Foi ótimo e ganhei uma forte ressaca no dia seguinte. Isso foi também um dos motivos pra nao fazer o city tour.

Plaza de Armas. Muitas igrejas !!


Preciso de muito tempo para entender o transito da Bolivia e do Peru. Cada vez me surpreendo mais. Essa fila de carros no meio da rua, sao carros estacionados. Belo lugar para estacionar seu carro.


Este é o Ukuku, folclore cusquenho. Esse homem mascarado rapta as mocas como esta que está em cima dele. Aqui é no museu de arte popular.

09 janeiro, 2007

Copacabana

Como já disse, tive que sair de La Paz e continuar meu trajeto.

De La Paz peguei um onibus para Copacabana. Cidade na beira do lago Titicaca, maior lago navegavel. O nome da cidade veio de Nossa Senhora de Copacabana e deu nome ao famoso bairro do Rio de Janeiro.

Depois de um tempo de estrada, para chegar na cidade é necessário atravessar o lago.


Os passageiros vao em um barquinho e o onibus vai numa balsa.


Copacabana, minha última cidade boliviana. Se Sucre eu me apaixonei, Copacabana foi amor a primeira vista.
Cidadezinha pequena com o Titicaca lindo. O lago é tao grande que parece mar. Olhando para o horizonte, nao dá pra ver o outro lado. Copacabana só tem uma desvantagem, o preco. As coisas sao um pouco mais caras que as outras cidades que passei na Bolivia.




Pra voces verem que parece mesmo uma praia. Em cima, algumas pessoas acampando, tomando sol e até fazendo churrasquinho na beira do lago. Em baixo, uma chola brincando com o filhinho no pedalinho.

Agora já descobri porque nao vi nenhum acidente no transito loco da Bolivia. Todos os sábados, vários carros vao para Copacabana para serem benzidos. Os donos enfeitam o máximo que podem seus automoveis e depois tomam cerveja para comemorar.


Todos os sábados os bolivianos levam seus carros, limpos e enfeitados, na frente da igreja. Mas o principal dessa festa acontece na semana santa.

Infelizmente nao consegui ir na ilha do Sol pois estava chovendo muito. E assim tive que me despedir de Copacabana e da Bolivia. Mas prometi pra mim mesma que voltarei a visitar esse país e essa cidade tao especiais.

Algumas consideracoes da Bolivia:

- Realmente os bolivianos nao possuem o costume de higiene como os brasileiros. Mas nao é por isso que necessariamente voce vai pegar alguma doenca. É só ter bom senso e nao comer em qualquer lugar.

- Na Bolivia existem sim lugares para comprar comida industrializada. Nao existem só aqueles mercados livres. Claro que nas cidades pequenas voce nao vai encontrar um hipermercado, mas sempre tem alguma vendinha para comprar bolachas.

- O transporte nao é o dos melhores. Mas dá pra fazer uma boa viagem. É só perguntar nas agencias de turismo ou no hostal que se hospedar, qual a empresa de onibus mais confiavel. Em todo meu trajeto nao peguei nenhum onibus com animais dentro.

- A comida também nao é das melhores. Realmente há muita fritura. Mas também nao é o fim do mundo. Comi muito bem, especialmente em Sucre. É só procurar.

- Mesmo sozinha, nao fui assaltada nem enganada nenhuma vez. Pode ter sido sorte minha. Mas é só tomar cuidado e nao andar por lugares estranhos.

- A Bolivia é um pais lindo e muito barato. Recomendo pra todos que querem sair do Brasil sem gastar muito e conhecer uma cultura diferente.

08 janeiro, 2007

La Paz

Peguei o trem de madrugada em Uyuni. Trem muito bom. Peguei segunda classe e tinha tv e calefacao. Nem preciso dizer que dormi a viagem toda. Infelizmente o trem só vai até Oruro. De Oruro tive que pegar um onibus para La Paz.
A primeira impressao de La Paz é de que é uma cidade muito feia. Parece uma grande favela vendo ela de cima. Combinei com o hostal Copacabana de me pegarem na rodoviaria. Quando cheguei estavam me esperando como o combinado. Ainda bem, nao queria pegar taxi.
O transito de La Paz é bem baguncado como de Santa Cruz. Sinal vermelho é uma coisa sem importancia e os pedestres atravessam quando querem. Uma coisa que os bolivianos de La Paz adoram é buzinar. Buzinam para tudo o que esta na frente deles.
Entrando na cidade, ate que ela nao e tao feia assim. Alias, me simpatizei bastante.
Fiquei num hostal perto do chamado Mercado das Bruxas. É uma ruazinha com varias lojas de artezanato.

Logo que cheguei contratei uma agencia para me levar ao Tihuanaco. Umas ruinas de um povo anterior aos Incas. Eu queria ir ate o Chacaltaya, uma montanha com estacao de esqui. Mas nao foi desta vez que eu consegui ver neve. A estrada de acesso estava fechada por causa das chuvas.
No dia seguinte, acordei cedo para ver as ruinas de Tihuanaco






Despois de um dia de visitas arqueologicas, no dia seguinte fui para uma feira na cidade El Alto. El Alto é uma cidade nova que esta se formando ao lado de La Paz. La Paz é um grande buraco e El Alto fica na parte superior do buraco.
A feira, onde nao tinha nenhum turista, tinha de tudo para vender. Desde roupas usadas ate varios tipos de comida. Nao tirei nenhuma foto porque o lugar nao me pareceu muito seguro. Na verdade, a feira parecia mais uma 25 de marco de Sao Paulo mas em proporcoes menores.
Comprei um cd de cumbia e um de chacarera, estilos de musica muito apreciados na Bolivia. Foi ótimo sair um pouco do circuito turistico e conhecer mais os bolivianos de La Paz.

Ate agora, La Paz foi a cidade onde mais vi brasileiros. As vezes ate esquecia que estava em outro pais.

A maioria das casas em La Paz nao possuem reboco, ai o motivo do aspecto feio.


Noite em La Paz com os mineiros que conheci em Uyuni.

Resumindo, gostei muito de La Paz. Nao me aconteceu nada e nao vi nada de violencia. É só tomar cuidado e nao ficar como turista bobo pelas ruas. Por mim, ficaria mais alguns dias sentindo mais a cidade. Mas preciso continuar meu trajeto.